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O dia 08 de março é considerado internacionalmente o Dia da Mulher. Data, esta, para não só salientarmos a importância que elas têm em nossas vidas, mas, sobretudo, refletirmos sobre seu papel na sociedade e lembrar a luta de muitas outras por respeito e igualdade.

HISTÓRICO

No final do século 19, com a presença maciça de indústrias pelos países em desenvolvimento, em especial Inglaterra, França e Alemanha, movimentos operários começaram a questionar as condições de trabalho, precárias e exploratórias.  

A medida que a industrialização avançava pelo mundo, essas organizações se difundiram e se consolidaram. Mas não só os homens clamavam por melhorias. As mulheres começaram a ter participação ativa nas manifestações.

Há quem diga que o mês de março foi escolhido para celebrar o Dia da Mulher em memória a 130 operárias que morreram carbonizadas em um incêndio ocorrido numa fábrica têxtil em 1911, nos Estados Unidos.

Porém, em 1908, também nos EUA, o primeiro Dia Nacional da Mulher foi comemorado em maio. Aproximadamente 130 mulheres realizaram uma manifestação por igualdade econômica e política. Em 1909, o Partido Socialista norte-americano oficializou a data em 28 de fevereiro, também com novo protesto que reuniu mais de três mil pessoas em Nova York.

Em 1917, a Rússia também foi palco de uma manifestação feita por cerca de 90 mil operárias em um 08 de março, que ficou conhecida como “Pão e Paz”. As trabalhadoras exigiam do Czar Nicolau II melhores condições de trabalho, combate efetivo à fome que afligia os mais pobres e fim da participação do país na I Guerra Mundial.

Após a II Guerra Mundial (1939-1945), a recém-criada Organização das Nações Unidas (ONU) assinou um acordo internacional que afirmava os princípios de igualdade entre homens e mulheres. Mas apenas em 1977 o Dia Internacional foi adotado pela entidade como forma de lembrar as conquistas sociais, econômicas e políticas femininas.

BRASIL

Os movimentos pelos direitos da mulher surgiram no País no início do século 20, com os grupos anarquistas. A partir das décadas de 1920 e 1930, o movimento sufragista lutava pelo direito da mulher ao voto, conquistado em 1932 durante o governo de Getúlio Vargas.

Na década de 1970, a luta incluía, além de melhores condições de trabalho, a igualdade de gênero, saúde e sexualidade, reflexo dos movimentos feministas que se consolidaram no exterior nos anos 1960.

A década de 1980 foi período importante para a mulher brasileira. Em São Paulo, foi criado o Conselho Estadual da Condição Feminina. A primeira Delegacia da Mulher surgiu em 1985. Na televisão, um programa inteiramente produzido para elas, o TV Mulher. Apresentado por Marília Gabriela e Ney Gonçalves Dias, falava com as donas de casa sobre assuntos que, até então, eram considerados tabus. Era nele que Marta Suplicy tinha um quadro sobre comportamento sexual, algo inédito.

Já nos anos 2000, o País mostrou ser pioneiro em legislações que defendem a mulher de comportamentos abusivos e violentos. A criação das leis Maria da Penha (nº 11.340, de 7 de agosto de 2006), contra a violência em âmbito doméstico, e do Feminicídio (nº 13.104, de 9 de março de 2015), que engloba os assassinatos cometidos pelo fato de a vítima ser mulher, considerados como crimes hediondos e inafiançáveis, são grandes avanços.  Necessários, infelizmente, pelo ainda elevado índice de violência contra a mulher.

De acordo com a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), o Brasil registrou, somente nos primeiros dez meses do ano passado, mais de 63 mil denúncias de violência contra a mulher, feitas pelo Ligue 180 - um relato a cada sete minutos. Desses dados, 49,82% foram ligações relatando violência física, e 58,55% violência contra mulheres negras. Leia mais aqui.

MULHER NO MERCADO DE TRABALHO

 A participação da mulher no mercado de trabalho brasileiro ainda é menor que a do homem, porém está aumentando. É o que informou em 2015 a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República durante o II Seminário de Oficiais e Peritos em Assuntos Populacionais do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

De acordo com a pasta, é predominante a mão de obra feminina nos serviços domésticos, costura industrial e serviços pessoais e de beleza. Já no setor de construção e manutenção de veículos, elas não chegam a 1% de participação.

Entre 2010 e 2011, o aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho foi de 4,5%, explicado pela crescente formalização dos empregos e rendimento. O desafio, ainda, é oferecer a elas garantias sociais para que possam conciliar trabalho e família. 

HOMENAGEM DO GOOGLE

Quem acessar o site de pesquisas, verá que o Google prestou uma bonita homenagem à efeméride. O Doodle, nome das artes comemorativas publicadas na página principal, traz um vídeo com dezenas de mulheres ao redor do mundo, e de diferentes idades, contando quais são seus sonhos. Entre elas, está Malala Yousafzai, ativista paquistanesa e a mais jovem ganhadora do Nobel da Paz, conhecida por seu trabalho para garantir que toda menina esteja matriculada em uma escola. 

Com informações de: Memória Globo, Mundo Educação, O Estado de S. Paulo, Revista Escola, Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.